terça-feira, 1 de maio de 2012

Dia do trabalhador

Hoje comemora-se o Dia do Trabalhador, algo recente aqui no nosso Portugal pois só após o 25 de Abril de 1974 se começou a comemorar a data. Mas o dia do trabalhador tem na realidade mais de 100 anos e teve a sua origem nos Estados Unidos no ano de 1886, aquando da saída à rua de mais de 500 mil trabalhadores para lutarem pelas 8 horas de trabalho, algo que originou represão pela parte do governo, resultando em mortes e feridos nesta manifestação pacífica. Passados quatro dias, a 5 de Maio, o povo não se deixou abater e voltou às ruas tendo sido presos 8 líderes populares, executados quatro trabalhadores e sendo sentenciados três com prisão perpétua.
Em 1888 e após uma pressão europeia os Estados Unidos soltaram os presos. No seguinte ano o Congresso Óperario Internacional reunido em Paris decretou o dia 1 de Maio como um dia de luto e de luta. Em 1890 os trabalhadores Americanos conseguiram finalmente a redução do horário laboral para as 8 horas diárias. Esta redução foi seguida pelo resto do mundo.

Eu normalmente trabalho neste dia, isto porque infelizmente vivemos num País dominado pelos mercados financeiros que por sua vez dominam os grupos económicos que se aproveitam da crise para tirar este dia a quem o mais mereceia ter como descanso. Um bem haja para todos os trabalhadores que neste dia vão trabalhar para servir os outros, quer seja por extrema necessidade pública, quer seja pelos caprichos de quem nem sequer respeita o facto de outros não o celebrarem para os servirem nas suas futilidades, tais como as idas aos centros comerciais ou aos hipermercados para darem as voltinhas que dão sempre.
Há situações que me enfurecem tais como a notícia que li hoje do assédio por parte do Jumbo e Pão de Açúcar para com os funcionários querendo-os obrigar a trabalhar neste dia (ler mais aqui), ou pior ainda as promocões especiais que o Pingo Doce está a anunciar pelo ciber mundo de que vai oferecer descontos loucos, estando inclusivé a recrutar os colaboradores que se encontram de férias ou folga (aqui). Que ignorância, a de quem lá vai, que cegueira dos patrões na ganância de mais um dia de lucros cegos vão obrigar os trabalhadores a se sacrificarem mais ainda por uns trocos a mais no fim do mês que após os descontos para o estado não passam de tostões.O pior de tudo é que vão andar milhares de pessoas cegas pelo consumismo atrás de tudo isto.
Vivemos numa altura em que se consegue fazer com que as pessoas exteriorizem o tão pouco respeito que tem pelo seu semelhante, porque é sempre mais importante olhar pelo seu umbigo ignorando o umbigo dos outros. E estes exemplos tristes passarão de geração para geração fazendo com que muito em breve nem no dia de Natal estes trabalhadores tenham direito às suas consoadoas em família.
Como é meu costume dizer, enfim.

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