quinta-feira, 26 de abril de 2012

"Pensamento positivo, meu amigo, pensamento positivo"

Nunca me foi tão difícil escrever uma crónica: três dias a rasgar papel. Normalmente fico uma hora ou isso, de caneta suspensa, e depois as palavras começam a sair sozinhas. Esta não, e já estou farto de deitar frases para o lixo. Julgo que se deve ao facto de ter demasiadas coisas dentro de mim, de viver uma altura difícil, de me achar melancólico e revoltado. Melancólico com a minha situação, revoltado com a situação do meu país. É raro o dia em que não me pedem

- Não me arranja um emprego?

a mim, que não possuo poder nenhum, e lá fico a ouvir histórias desesperadas e tristes. Os portugueses estão a sofrer muito, e o sofrimento dos portugueses é mais importante do que o meu: que direito tenho de me queixar seja do que for? Quanto a mim não consigo fazer nada, quanto aos outros a minha importância colectiva é nula. Um amigo médico, por exemplo

- Fale do que se está a passar na Saúde

como se aquilo que eu escrevesse mudasse alguma coisa. Não muda. Sou apenas um homem que faz livros, preso por um contrato que assinei sem ler, como de costume, a uma editora que me não agrada. Não tenho grandes ilusões. Nem pequenas, aliás. A árvore, em frente da minha janela perdeu as folhas: ramos torcidos, sombras de pássaros nem sonhar. Eu reflectido no vidro, sentado a esta mesa. Esferográficas, páginas, uma lupa, porque as primeiras versões são numa letrinha minúscula que, por vezes, me custa ler. Trago uma espada no peito. Volta e meia torce-se nos pulmões. E lá está a crónica a resistir. Não quer ser feita, tem a consciência de não valer grande coisa. E, mesmo que valesse grande coisa, o que valia? Não há imortalidade: há o silêncio que se vai espessando à volta de um nome, até o nome desaparecer por inteiro. E, até desaparecer, tanta inveja, tanta mesquinhez, tanta patetice. Para quê? A nossa existência é um pequeno evento pedestre: quem se rala? Os outros, por muito que nos queiram, estão de fora. E, depois, partem, construindo-se uma nova alma. Aqueles de quem gostei tornaram-se ausências que se estreitam. Continuo a lembrar-me deles: vai doendo menos. Vai doendo menos? Vai doendo menos. Quem se lembrará de eu pequeno?

- Fale do que se está a passar na Saúde

e qual saúde, Zé? A nossa, a dos outros? Lembro-me que na primeira urgência interna que fiz no Hospital de Santa Maria, depois do curso, morreram seis doentes. Um médico, no dia seguinte

- Eh pá você bateu o record

e eu, que era um miúdo, atarantado com a minha proeza.

- Não me arranja um emprego?

porque o subsídio acaba daqui a nada e depois o que faço eu, diga lá? Aos quarenta e cinco anos quem me dá trabalho? Ninguém, claro. É capaz de haver uns contentores do lixo com restos de comida, e também se podem comer os filhos, como propunha Swift para combater a fome na Irlanda. E quando os filhos se acabarem coma-se a si mesmo. Ossinhos dos dedos chupados um a um. Nunca me foi tão difícil escrever uma crónica. Olhe, já agora experimente comê-la embora deva saber mal como rabo de gato e não alimente nada. Estou a compor isto enjoado de mim, embora tenha batido um record. Seis pessoas é obra.
Aguenta mais um mês, António, e logo sabes. Talvez te comam numa urgência interna.

- Como se chamava aquele?
- Não me vem agora o nome mas escrevia livros.
- Desses que a gente gosta?
- Não, dos complicados, dos que dão trabalho.

Livros que não falavam, ouviam. Eu prefiro coisas que distraiam, para maçadas basta a vida. Conselho de um editor
- Publique histórias leves, histórias que distraiam

E tem razão, para maçadas basta a vida, dêem-me episódios que me divirtam, que chumbada pensar.

- Não me arranja um emprego?

um emprego, um empregozinho, dinheiro para pagar as contas, seja o que for preferível a esta angústia, tudo é preferível a esta angústia. E tem razão. Tudo é preferível a esta angústia, tudo é preferível a esta miséria.

- Fale da Saúde

fale da Saúde, da electricidade, dos transportes, da prestação da casa, da prestação do carro, da prestação da máquina de lavar, dos preços no supermercado, dos sapatos que o meu marido precisa, da penúria em que ando. Isto não é uma crónica, é um gemido indistinto, a minha mãe
- Não compraste umas hortaliças, filho?

o carro parado há dois meses que não há para a gasolina. Já não haverá mais para a gasolina. Talvez para uma garrafinha de petróleo

(pode ser que exista quem fie)

verter a garrafa em cima de mim e chegar-lhe um fósforo. Depois uns tempos na enfermaria até as queimaduras do terceiro grau resolverem o assunto. E não é preciso emprego. Quer dizer, já não é preciso emprego. Quer dizer, já não é preciso preocuparmo-nos com a saúde. Já não é preciso comer o filho. Já não é preciso comer nada. Nem acabar esta crónica. Nem rasgar papel. Nem deitar períodos para o lixo. Nem estar à espera do exame no mês de abril. Nem ter demasiadas coisas dentro. Nem de não estar satisfeito com a editora que, essa sim, ficará satisfeita dado que quando um escritor pifa vende mais e é maçador falar nisto mas vender é importante. A cultura é muito bonita porém, como deve calcular, como suponho que calcula, como calcula com certeza, é necessário ganhar a vidinha. Nunca lhe foi tão difícil escrever uma crónica? Pois olhe, já a terminou, vê, você lamenta-se, lamenta-se, mas acaba por cumprir o trabalho. Muito gostam os artistas de choramingarem.

Crónica de António Lobo Antunes aqui.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

segunda-feira, 23 de abril de 2012

As vergonhas do nosso país


Árvore dos Donos de Portugal.
Mapa de ligações retirada do Facebook dos Donos de Portugal que retrata as relações de 115 governantes e ex-governantes dos últimos 30 anos (PS, PSD, CDS), que tecem entre grupos económicos onde ocupam ou ocuparam funções dirigentes.
Donos de Portugal é um documentário de Jorge Costa que passará na RTP 2 à 1h30 no dia 25 de Abril (de 24 para 25) sobre os últimos 100 anos de poder económico. O filme mostra a proteção do Estado às famílias que dominaram a economia do país, as suas estratégias de conservação de poder e acumulação de riqueza. As grandes famílias como Mello, Champalimaud e Espírito Santo cruzam-se através de casamentos e integram-se na finança. Com a queda de Salazar o seu poder reconstitui-se sob a democracia, a partir das
privatizações e da promiscuidade com o poder político. E assim surgem os novos grupos económicos: Amorim, Sonae e Jerónimo Martins.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Só para descomprimir

Um bem-haja a estes senhores e senhoras, que conseguem satirizar na perfeição assuntos importantes da nossa sociedade global.
Como dizem eles :

" se não aconteceu, podia ter acontecido"

É o jornal satírico do  jornal Público que se chama O Inimigo Público, aconselho vivamente a sua leitura.
Continuem no bom caminho.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Médias de um Portugal Troicano

E quando já éramos pouco roubados em tudo neste nosso Portugal Troicano, afinal ainda podemos ser um pouco mais espremidos.
Vejamos então o seguinte:

Salários mínimos em Paises da zona euro:
Suíça                2.916,00€
Luxemburgo     1.757,56€
Irlanda             1.653,00€
Bélgica            1.415,24€
Holanda          1.400,00€
França            1.377,70€
R. Unido         1.035,00€
Espanha             748,30€
Portugal             485,00€
 
Perante estas disparidades entre membros de uma chamada união igualitária o nosso ministro da economia diz que temos de nos aproximar das médias europeias no que respeita às indemnizações por despedimento.
Assim sendo convenceu os ceguinhos da concertação social, mais propriamente a UGT, em passarmos dos 30 dias por cada ano de trabalho de indemnização compensatória, para os 20 dias com limite máximo de 12 salários base.
Agora como lhes deram a mão, eles querem o braço todo ou seja o Ministro Álvaro Santos Pereira  veio hoje falar que ainda queria reduzir o valor para um ridículo de 6 a 10 dias de indemnização compensatória por cada ano de trabalho. Aqui.
Muito bem, então aumentem os nossos salários para a média europeia e assim será justo. Assim já nos podem pôr nas restantes médias que tanta questão fazem em igualar.
Será que estes nossos ministros são assim tão burros ou se não o são assim parecem. Eu acho que são mesmo, parece-me que vivem na terra do nunca ou pelo menos num Portugal que não é o meu.
Espero que desta vez a nossa concertação social bata com a porta na cara deste governo de cegos seguidores das políticas de roubo descarado dos nossos direitos adquiridos ao longo de longos anos de luta e negociação.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Os caça-cigarros

O nosso querido Governo é todo ele esforço em trabalhar para medidas, taxas e impostos. Agora lembraram-se de se tornarem bonzinhos e proibir o acto de fumar dentro de veículos aquando da presença de crianças. Muito bem e com isto nascerá a polícia caça cigarros, que irá inspeccionar quem anda a fumar no carro com crianças. Haverão operações Stop para controlar o fumo com cães peritos em detecção de cheiro a tabaco.
Eles vêm aí, PSP/CC (caça cigarros): brigada anti tabagismo.
E já agora, as grávidas que vão no carro a fumar ou no lugar de pendura ao lado de quem fuma também será multada? Pela lógica assim seria de esperar pois também transporta uma criança ainda que no ventre mas na presença do fumo nocivo, a agravar que esta criança não pode sequer tecer comentários sobre o incómodo.
Estas ideias até que são boas, mas muito mal exploradas, mais valia proibir somente de fumar enquanto se vai a conduzir e estava resolvido o problema, pois quem fuma pode muito bem fazê-lo após estacionar o carro num espaço aberto sem obrigar ninguém a fumar do seu cigarro.

Opulentos de merd...

A nossa segurança social está praticamente em falência.Vamos lá cortar mais um pouco a quem menos tem, vejamos o exemplo da mais pura demostração de opulência, em relação a quem trabalhou uma vida para ganhar pouco mais de 200€ por mês. Ver aqui.
Como é que é possivel o Estado pagar subvenções vitalícias a 383 deputados que trabalharam na política entre 8 a 12 anos, valores na casa dos 3,5 milhões de euros, valor que é o mesmo que paga a mísera reforma de 217€ a 22311 pensionistas reformados que fizeram descontos durante 30 ou mais anos.
Repare-se ainda que a maioria das subvenções são pagas a ex-politicos que exercem outros cargos no privado e acumulam reformas em cima de reformas.
É para isto que todos os meses contribuo com os meus descontos, para os parasitas do meu Pais!
Depois de ler a notícia e contendo-me ao máximo enquanto escrevi esta opinião, fui VOMITAR tal foi o nojo que me deu desta gente com os seus elevados valores de chulismo, desculpem, queria dizer patriotismo.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Pequenês

Há dias em que só apetece gritar com as pessoas e dizer-lhes EVOLUAM,CRESÇAM E ABRAM OS OLHOS.
Diariamente observo situações que me revoltam por dentro, pessoas que não querem saber dos seus filhos e os deixam andar a fazer asneiras em propriedade pública  a incomodar quem está a trabalhar e não só.Que educações são estas? Nem sequer repreendem os filhos, têm medo das suas birras e berros. Continuem assim que um dia colhem o fruto, aliás colhem vocês (pais) e a sociedade.
Continuem também a sorrir, face a quem vos rouba todos os dias, assim é que é bom. Coitados dos que estão no governo que apenas herdaram o legado do anterior, coitadinhos, eles agora nada podem fazer.
Povo cego.
Continuem a berrar  pelos resultados do futebol, viva o Porto, o Benfica e os outros todos que tanta alegria dão a todos, e viva o povinho pequenino.Não berrem com quem vos tira o pão da mesa, esses não importam. Desde que não cortem nas minis e na sport tv está perfeito.
Não consigo entender como é possivel tanta passividade de um povo guerreiro, de um povo que conquistou o mundo, que deteve o poder económico durante centenas de anos. Fomos domados por uma Europa que outrora nos respeitava e agora simplesmente nos ignora, somos números e nada mais.
Diariamente morrem pessoas só porque há contenção das despesas nos hospitais e os diagnósticos começam a parecer algo tão simples como - essa dor de cabeça não é nada, deve ser do stress! (deve ser) vá para casa e tome uns ben u rons que isso passa.- Dias depois a pessoa morre porque afinal tinha um aneurisma.
Ou então, o caso que ontem passou nas notícias da SIC, acerca de uma senhora que não tinha 17€ para a viagem até Lisboa para fazer a reconstrução mamária que iria fechar o ciclo de um cancro.
17€!!!! Os nossos ministros andam com carros que  mais do que 17€ euros cada vez que aceleram. Gastam milhares por ano. Que vergonha.
E as novas leis laborais que vão deitar por terra anos e anos de luta, FANTÁSTICO, PASSOS!
Se calhar sou eu que estou a ser mesquinho ou então não percebo nada e como disse o outro, " o burro sou eu".

sábado, 7 de abril de 2012

Nação valente e imortal

Esta semana li na revista Visão a crónica de um grande senhor chamado António Lobo Antunes. Não só adorei como não poderia deixar de a  partilhar aqui com quem a quiser ler.
Vale a pena, pois não se encontrará maior e melhor descrição da nossa Nação valente e imortal, nome dado inclusivé à crónica.

Aqui está:

«Nação valente e imortal»

Agora sol na rua a fim de me melhorar a disposição, me reconciliar com a vida. Passa uma senhora de saco de compras: não estamos assim tão mal, ainda compramos coisas, que injusto tanta queixa, tanto lamento. Isto é internacional, meu caro, internacional e nós, estúpidos, culpamos logo os governos. Quem nos dá este solzinho, quem é? E de graça. Eles a trabalharem para nós, a trabalharem, a trabalharem e a gente, mal agradecidos, protestamos.

Deixam de ser ministros e a sua vida um horror, suportado em estóico silêncio. Veja-se, por exemplo, o senhor Mexia, o senhor Dias Loureiro, o senhor Jorge Coelho, coitados. Não há um único que não esteja na franja da miséria. Um único. Mais aqueles rapazes generosos, que, não sendo ministros, deram o litro pelo País e só por orgulho não estendem a mão à caridade. O senhor Rui Pedro Soares, os senhores Penedos pai e filho, que isto da bondade as vezes é hereditário, dúzias deles. Tenham o sentido da realidade, portugueses, sejam gratos, sejam honestos, reconheçam o que eles sofreram, o que sofrem. Uns sacrificados, uns Cristos, que pecado feio, a ingratidão. O senhor Vale e Azevedo, outro santo, bem o exprimiu em Londres. O senhor Carlos Cruz, outro santo, bem o explicou em livros. E nós, por pura maldade, teimamos em não entender. Claro que há povos ainda piores do que o nosso: os islandeses, por exemplo, que se atrevem a meter os beneméritos em tribunal. Pelo menos nesse ponto, vá lá, sobra-nos um resto de humanidade, de respeito. Um pozinho de consideração por almas eleitas, que Deus acolherá decerto, com especial ternura, na amplidão imensa do Seu seio. Já o estou a ver
- Senta-te aqui ao meu lado ó Loureiro
- Senta-te aqui ao meu lado ó Duarte Lima
- Senta-te aqui ao meu lado ó Azevedo que é o mínimo que se pode fazer por esses Padres Américos, pela nossa interminável lista de bem-aventurados, banqueiros, coitadinhos, gestores que o céu lhes dê saúde e boa sorte e demais penitentes de coração puro, espíritos de eleição, seguidores escrupulosos do Evangelho. E com a bandeirinha nacional na lapela, os patriotas, e com a arraia miúda no coração. E melhoram-nos obrigando-nos a sacrifícios purificadores, aproximando-nos dos banquetes de bem-aventuranças da Eternidade.
As empresas fecham, os desempregados aumentam, os impostos crescem, penhoram casas, automóveis, o ar que respiramos e a maltosa incapaz de enxergar a capacidade purificadora destas medidas. Reformas ridículas, ordenados mínimos irrisórios, subsídios de cacaracá? Talvez. Mas passaremos sem dificuldade o buraco da agulha enquanto os Loureiros todos abdicam, por amor ao próximo, de uma Eternidade feliz. A transcendência deste acto dá-me vontade de ajoelhar à sua frente. Dá-me vontade? Ajoelho à sua frente indigno de lhes desapertar as correias dos sapatos.
Vale e Azevedo para os Jerónimos, já!
Loureiro para o Panteão já!
Jorge Coelho para o Mosteiro de Alcobaça, já!
Sócrates para a Torre de Belém, já! A Torre de Belém não, que é tão feia. Para a Batalha.
Fora com o Soldado Desconhecido, o Gama, o Herculano, as criaturas de pacotilha com que os livros de História nos enganaram.
Que o Dia de Camões passe a chamar-se Dia de Armando Vara. Haja sentido das proporções, haja espírito de medida, haja respeito. Estátuas equestres para todos, veneração nacional. Esta mania tacanha de perseguir o senhor Oliveira e Costa: libertem-no. Esta pouca vergonha contra os poucos que estão presos, os quase nenhuns que estão presos como provou o senhor Vale e Azevedo, como provou o senhor Carlos Cruz, hedionda perseguição pessoal com fins inconfessáveis. Admitam-no. E voltem a pôr o senhor Dias Loureiro no Conselho de Estado, de onde o obrigaram, por maldade e inveja, a sair. Quero o senhor Mexia no Terreiro do Paço, no lugar D. José que, aliás, era um pateta. Quero outro mártir qualquer, tanto faz, no lugar do Marquês de Pombal, esse tirano. Acabem com a pouca vergonha dos Sindicatos. Acabem com as manifestações, as greves, os protestos, por favor deixem de pecar. Como pedia o doutor João das Regras, olhai, olhai bem, mas vêde. E tereis mais fominha e, em consequência, mais Paraíso. Agradeçam este solzinho. Agradeçam a Linha Branca. Agradeçam a sopa e a peçazita de fruta do jantar. Abaixo o Bem-Estar.
Vocês falam em crise mas as actrizes das telenovelas continuam a aumentar o peito: onde é que está a crise, então? Não gostam de olhar aquelas generosas abundâncias que uns violadores de sepulturas, com a alcunha de cirurgiões plásticos, vos oferecem ao olhinho guloso? Não comem carne mas podem comer lábios da grossura de bifes do lombo e transformar as caras das mulheres em tenebrosas máscaras de Carnaval.
Para isso já há dinheiro, não é? E vocês a queixarem-se sem vergonha, e vocês cartazes, cortejos, berros. Proíbam-se os lamentos injustos. Não se vendem livros? Mentira. O senhor Rodrigo dos Santos vende e, enquanto vender, o nível da nossa cultura ultrapassa, sem dificuldade, a Academia Francesa. Que queremos? Temos peitos, lábios, literatura e os ministros e os ex-ministros a tomarem conta disto.
Sinceramente, sejamos justos, a que mais se pode aspirar? O resto são coisas insignificantes: desemprego, preços a dispararem, não haver com que pagar ao médico e à farmácia, ninharias. Como é que ainda sobram criaturas com a desfaçatez de protestarem? Da mesma forma que os processos importantes em tribunal a indignação há-de, fatalmente, de prescrever. E, magrinhos, magrinhos mas com peitos de litro e beijando-nos uns aos outros com os bifes das bocas seremos, como é nossa obrigação, felizes
in Revista Visão
05.04.2012

Muito obrigado pela sua sábia ironia.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Só mais uma...

Subsídios de Natal e de férias: mas afinal em que ficamos senhores governantes? Veio o PM há um ano atrás dizer às criancinhas,numa escola, que os papás iriam receber os subsídios e que não lhes iriam faltar as prendinhas. E o que acontece no Natal??? Guess? Bónus para o Estado ou para a Madeira ou lá para o raio que os parta.
Iriam ficar congelados até 2013. Ontem o Ministro da Economia Vítor Gaspar assegurou-nos que assim sería. Foi mas apenas até umas horas depois em que Passos Coelho veio dizer o contrário, que era até 2015. No dia seguinte, voltamos ao responsável (?) pela Economia que pede desculpa pelo engano e diz que em vez de 2013 queria dizer até 2014... Gasparzinho brincalhão, diz que se enganou, hehehe que gira partida Gasparzinho.
WHATH THE F.....
Tenham vergonha do vosso exemplo. Que confusão vai nas vossas governações.
Mas é sempre fácil fugir, basta meterem o Sócras ao barulho que tudo passa.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Estamos no bom caminho...

Subida do desemprego para valores recorde segue tendência grega


Taxa do desemprego em Fevereiro atingiu 15%. Desde que a ‘troika’ foi chamada, o ritmo de subida aproxima-se mais da Grécia do que da Irlanda.

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Adoro ler as noticias pela manha. Estamos no bom caminho sem dúvida.
Venham dai mais coisas boas...

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Tenham medo... muito medo

"Vampiro com 500 anos" capturado nos EUA.

Um jovem norte-americano, que alega ser "um vampiro com 500 anos", foi preso no Texas após ter-se infiltrado num apartamento durante a noite para morder o pescoço de uma mulher.

Ler mais aqui

O que é isto??? Depois da imagem moderna dos vampiros da saga Twilight, surge este senhor vampiro assustador com um look super actual de jovem rebelde.
Escusava de andar a tentar mordiscar pescoços, bastava pedir ao nosso instituto do sangue para enviar algum para ele se alimentar visto que no nosso País está a apodrecer e vai para o lixo.
Quem sabe se não era o início de uma nova era, a era dos vampiros consumidores onde poderiam ir a superfícies comerciais comprar alegremente o seu sangue fresquinho.
Até já estou a imaginar a coisa: haveriam cartões de desconto para os mais frequentes clientes e tudo. O nosso Estado enriqueceria às custas deste novo negócio milionário. Pensem nisto senhores governantes. Era uma forma de os senhores não serem os únicos a sugar o povo.

Inauguração!

Olá, este é o meu primeiro post, após ter escrito e apagado na minha mente o que quis escrever vezes sem conta, finalmente chegou o dia. E sem querer que fosse mentira aqui está ele.
Tal como o nome indica este será um espaço dedicado às utilidades inúteis que diariamente passam por nós.
Jamais terei aqui intenções de ferir susceptibilidades visto ser um espaço de opinião própria e nada mais do que isso.
Hoje mesmo, foi o dia que marcou o fim de uma utilidade inútil . Adeus e até nunca mais :) como já te disse, (sim é para ti) agora é sempre a subir ;).
Para além disto gostaria de marcar também o meu primeiro post com a maior utilidade inútil que presenciei no último ano: Dr. Pedro Passos Coelho o nosso PM.

Já agora se alguém realmente for ler este espaço pode também opinar.

Fica então a pergunta,

Qual a maior utilidade inútil que viram no último ano?